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Pivôt de dissidências, Lucas fecha o ano bem cotado à sucessão

 


Paraíba - É fora de qualquer dúvida que o vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro, do Progressistas, enfrentou uma verdadeira saga no ano de 2025 para se firmar como pré-candidato à sucessão do governador João Azevêdo (PSB) dentro do esquema oficial. Ele foi pivôt de dissidências, como a do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, que rompeu não apenas com o PP mas com a própria liderança de João e migrou para o MDB, onde assegurou idêntica pretensão de concorrer ao Executivo. Houve resistências, também, dentro do Republicanos, onde o deputado Adriano Galdino, presidente da Assembleia Legislativa, sustentou até dezembro o projeto de uma suposta pré-candidatura, inclusive, anunciando-se como “único pré-candidato lulista ao governo do Estado”. Adriano compôs-se com Lucas e saiu do páreo majoritário, sem conseguir atrair o seu aliado Felipe Leitão, vice-presidente do Legislativo, que fechou com Cícero no apagar das luzes de um ano cheio de muitas articulações de bastidores e, mesmo, de definições.

Os adversários de Lucas dedicam-se a um trabalho constante de queimação da sua pré-candidatura alegando que ele não tem experiência administrativa (o que sobraria em Cícero Lucena) nem suposto brilho retórico, e vaticinam que nos debates em emissoras de rádio, televisão e outros veículos ele será presa fácil dos competidores na dialética para convencer eleitores ao voto. Os aliados rebatem que Lucas tem um perfil moderado que flutua acima de polarizações ideológicas acirradas e que o pré-candidato dialoga bem com a opinião pública quando expõe realizações administrativas concretas da atual gestão, de que tem sido colaborador e partícipe ativo neste segundo mandato. Se não chega a ter afinidade ideológica com João, não tem maior discrepância e é maleável no jogo das composições políticas a ponto de abraçar sem problemas o palanque de apoio à candidatura do presidente Lula à reeleição. Em termos de entrosamento administrativo com João, o saldo é inegavelmente favorável, um ponto que pode ter sido a argamassa para estreitar sua relação com o chefe do Executivo e pré-candidato ao Senado.

A candidatura de Lucas desagradou a Cícero Lucena e a outros pretendentes no bloco oficial porque foi posta, desde o começo, como natural, pelo governador João Azevêdo, valendo-se do fato de que o filho da senadora Daniella está na ante-sala do poder, conhece a engrenagem da máquina administrativa e, em inúmeras vezes, tem feito entregas à população, além de cumprir missões delegadas pelo titular da cadeira, dentro e fora do Estado. Lucas é vítima, na verdade, do preconceito de alguns grupos políticos contra o “clã” Ribeiro, que além da senadora em fim de mandato tem o deputado federal Aguinaldo Ribeiro como figura de proa no Congresso Nacional, tendo sido relator da polêmica reforma tributária. O PP dos Ribeiro integra o Centrão, uma coalizão política amorfa, influente no Parlamento, e que tem sido cortejada diretamente pelo presidente Lula pelos votos que tem capacidade de oferecer à aprovação de matérias de interesse do governo. Em torno da pré-candidatura do vice-governador Lucas Ribeiro estão aliançados o Republicanos, presidido pelo deputado federal Hugo Motta, que indicou o seu pai, Nabor Wanderley, como pré-candidato ao Senado, e o PSB, que tem o governador João Azevêdo como líder, além de outros partidos que estão na base. O esquema governista faz acenos ao Partido dos Trabalhadores para uma coligação, o que está pendente de discussões internas que costumam ser exaustivas no âmbito da agremiação do presidente Lula no Estado. O fato é que as tentativas de queimação ou desgaste da pré-candidatura do vice-governador Lucas Ribeiro podem ter efeito contrário na disputa eleitoral por se tratar de uma postulação que conseguiu avançar e que, a dados de hoje, tem vaga assegurada num segundo turno da corrida eleitoral na Paraíba, com infinitas possibilidades de crescimento durante a campanha propriamente dita, dependendo do acerto das estratégias que forem conduzidas pelo grupo avalista da pretensão. Por fim, cabe lembrar que Lucas aparece no páreo como representante de Campina Grande, segundo colégio eleitoral do Estado, o que pode lhe trazer vantagem, mesmo que dividindo votos com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, e o senador Efraim Filho. Em última análise, Lucas tem o reforço da máquina de governo estadual e da máquina partidária diluída em várias frentes, com uma miríade de apoios espalhados por diferentes regiões interioranas. Ou seja, adquiriu robusto passaporte para a largada.

Lucas saiu fortalecido da jornada, impondo-se como candidato no esquema governista e pontuando bem em pesquisas preliminares de intenção de voto. No último levantamento do ano realizado pelo Instituto Seta/Polêmica Paraíba o vice-governador Lucas Ribeiro aparece em segundo lugar com 26,1%, abaixo do prefeito Cícero Lucena (MDB), que está encarapitado no topo com 38% e acima do senador Efraim Filho, do União Brasil, que chegou a 19% em meio a movimentos que culminaram com a desistência do ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSD). Pedro dividiu com Efraim e Cícero as atenções no campo da oposição no dealbar da segunda metade de 2025, mas preferiu se afastar da competição e dedicar-se a um Mestrado em Políticas Públicas, sem prejuízo de eventual engajamento na campanha eleitoral, faltando definir se apoia o aliado de 2022, Efraim Filho, ou um aliado das antigas do “clã”, o prefeito Cícero Lucena.

Fonte: Nonato Guedes

Pivôt de dissidências, Lucas fecha o ano bem cotado à sucessão Pivôt de dissidências, Lucas fecha o ano bem cotado à sucessão Reviewed by Marcone Campos on dezembro 30, 2025 Rating: 5

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