Os trabalhadores do Sistema Petrobras decidiram entrar em greve nacional a partir da meia-noite de segunda-feira (15). A paralisação foi aprovada após a categoria considerar “insuficiente” a nova contraproposta apresentada pela companhia para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), segundo informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP) nesta quarta-feira.
A entidade afirmou que a proposta enviada pela Petrobras na terça-feira não trouxe avanços relevantes em temas considerados prioritários pelos petroleiros, que já vinham sendo discutidos desde o começo das negociações.
Entre os pontos centrais está a busca por uma solução definitiva para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, que afetam diretamente aposentados e pensionistas.
Em períodos de greve, as equipes de operação costumam ser substituídas por times de contingência, o que geralmente evita prejuízos significativos às refinarias e plataformas.
Quando as paralisações são curtas, os impactos na produção costumam ser mínimos. Uma fonte da Petrobras confirmou à Reuters que “essa greve não tem risco de operação ou produção” e afirmou que a empresa pretende utilizar “todos os elementos de contingência”.
Além dos PEDs, os petroleiros também defendem melhorias no plano de cargos e salários, reposição salarial sem gatilhos de ajuste fiscal e outras reivindicações que, segundo a categoria, não foram atendidas. “Com a rejeição da segunda contraproposta, os sindicatos notificarão a empresa sobre a paralisação na sexta-feira”, informou a FUP.
Procurada, a Petrobras afirmou que mantém diálogo permanente com as entidades sindicais e espera chegar a um consenso ainda na mesa de negociações.
Em nota, reforçou que “a Petrobras respeita o direito de manifestação dos empregados e, em caso de necessidade, adotará medidas de contingência para a continuidade de suas atividades”.
De acordo com outra fonte da companhia, a mobilização é vista como parte da estratégia negocial dos trabalhadores. Para essa pessoa, que falou sob anonimato, a demanda por aumento real é legítima:
“Não há grandes mobilizações da categoria, a Petrobras é independente e paga dividendos, e é legítimo cobrar um aumento real e a tradicional bonificação em acordo salarial”.
Antes mesmo de a greve começar, aposentados e pensionistas de várias regiões do país retomaram, nesta quinta-feira, uma vigília em frente ao Edifício Senado (Edisen), sede da Petrobras no Rio de Janeiro. O grupo ficará mobilizado durante todo o período de negociação, reforçando a pressão por uma solução definitiva para os equacionamentos da Petros, segundo a FUP.
Reviewed by Marcone Campos
on
dezembro 13, 2025
Rating:

Nenhum comentário: