recent posts

banner image

Deputados lançam compromisso suprapartidário para reverter cortes no orçamento da educação


 70 entidades do setor e 16 frentes parlamentares querem reverter cortes que podem chegar a R$ 1,8 bi

Deputados de vários partidos apoiam o “manifesto pelo orçamento justo da Educação” lançado na última quinta-feira (17) por cerca de 70 entidades de educadores e estudantes, além de 16 frentes parlamentares. A intenção é reverter, na Comissão Mista de Orçamento, a perspectiva de corte de R$ 1,8 bilhão no orçamento de despesas discricionárias da Educação para 2021.

Segundo as entidades, o corte vai afetar o custeio e o investimento sobretudo de universidades e institutos federais no período pós-pandemia. O impacto também se refletiria na Saúde, devido aos prejuízos aos hospitais universitários. O coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Instituto Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), afirmou que o compromisso suprapartidário pretende proteger o orçamento de todos os níveis da Educação.

“É inaceitável e inadmissível qualquer corte orçamentário na educação. Pelo contrário, nós precisamos repor as perdas do Fundeb, que chegaram à casa dos R$ 31 bilhões. Precisamos pensar programas novos para fazer o reforço escolar na escola básica e precisamos consolidar a expansão das universidades e dos institutos federais”.

Coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa da Educação, a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), lembrou que a execução orçamentária do MEC neste ano já tem se baseado em restos a pagar de despesas não saldadas em 2019. Para 2021, a deputada identificou prejuízos em vários programas educacionais. Dorinha cita possíveis soluções na Comissão Mista de Orçamento, da qual a deputada fará parte neste ano.

“Em particular, eu defendo que as emendas parlamentares obrigatórias – das quais, 50% dedicamos hoje à saúde – pudessem ser trabalhadas em um desenho de educação e saúde. Quero chamar a atenção também para vários fundos que nunca foram movimentados e têm um grande valor depositado”.

Em audiência na comissão mista que acompanha os gastos do governo com a pandemia de Covid-19, realizada ontem, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, já havia pedido o apoio dos parlamentares quanto aos recursos orçamentários para a pasta. No entanto, Dorinha teme que tais esforços esbarrem no teto de gastos públicos, estabelecido por emenda constitucional (EC 95/16) em 2016. A líder do PSOL, deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), tem a mesma preocupação.

“Há uma situação insustentável porque se impõe que não exista mais investimento nas áreas sociais. Desde 2015, houve uma redução de cerca de 15% no orçamento da educação. Somente na área do ensino superior, a redução é de 25%. A situação é muito grave”.

O presidente da Comissão de Educação, deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB), sugere novos recursos a partir da economia com gastos atuais da administração pública.

“Outro ponto é indicar de onde vem o dinheiro para que a gente possa colocar recursos na Educação. Eu mesmo apresentei uma proposta, a PEC (147/19) dos penduricalhos, que acaba com auxílio-moradia, auxílio-saúde, auxílio-alimentação, auxílio-livro, auxílio-mudança para autoridades que recebem mais de R$ 10 mil.”

O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA), não admite redução nos recursos da área. Félix também vai integrar a comissão de orçamento neste ano.

“Nós não podemos deixar ter contingenciamento em nada que se refira à educação. E agora já vem, de cara, o orçamento reduzido, o que nós também não podemos deixar”.

Várias outras lideranças se comprometeram com o “manifesto pelo orçamento justo da educação”, como o líder do Solidariedade, deputado Zé Silva (Solidariedade-MG). “Tomar a decisão de investir em educação nunca foi tão prioritário quanto é nesse tempo sombrio de pandemia. Esse é um ponto que une todos nós”.

E a deputada Luísa Canziani (PTB-PR): “Nós, parlamentares e lideranças, reafirmamos o nosso compromisso com a educação brasileira e dizemos, em alto e bom tom, que não iremos permitir uma redução drástica no orçamento das nossas instituições”.

O presidente da comissão especial que articulou o Fundeb permanente (EC 108/20), deputado Bacelar (Pode-BA), aposta na pressão dos profissionais do setor para reverter esse quadro. “O Fundeb foi aprovado da maneira que foi graças à pressão dos professores e das entidades educacionais. É isso que precisamos fazer agora na (proposta de) lei orçamentária”.

Autonomia Universitária
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) também incluiu no manifesto a autonomia universitária e a nomeação de reitores eleitos em processo democrático. O presidente da Andifes, Edward Madureira, elogiou a mobilização suprapartidária em torno desses temas.

“Toda vez que Parlamento, sociedade e educadores se uniram, nós tivemos resultado. Foi assim, em 2007, na aprovação do Reuni, que é o programa de reestruturação e expansão das universidades brasileiras; no PNE (Plano Nacional de Educação), em 2014, aprovado por aclamação no Congresso Nacional; e recentemente na aprovação do novo Fundeb”.

O “manifesto pelo orçamento justo na Educação” ainda pede a rápida instalação da Comissão Mista de Orçamento e uma Comissão Geral para debater esses temas no Plenário da Câmara.

Informa Paraíba

Deputados lançam compromisso suprapartidário para reverter cortes no orçamento da educação Deputados lançam compromisso suprapartidário para reverter cortes no orçamento da educação Reviewed by Marcone Campos on setembro 21, 2020 Rating: 5

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.