O candidato do PSL à Presidência nas eleições 2018,
Jair Bolsonaro, voltou, ontem, à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do
Hospital Albert Einstein, depois de passar por uma nova cirurgia de
emergência na noite de quarta-feira. Após o novo procedimento, os
comentários correntes nos meios médicos e também entre os políticos, em
São Paulo, são que Bolsonaro não terá mais condições de participar da
campanha e dos debates do primeiro turno das eleições de outubro.
Até mesmo os aliados do deputado já admitem que as
complicações médicas devem alongar o tempo de recuperação e podem
tirá-lo inclusive das atividades de um eventual 2º turno.
Depois de visitar o hospital na manhã de ontem, o
deputado Major Olimpio, candidato do PSL ao Senado por São Paulo,
admitiu que o quadro de Bolsonaro é grave diante das lesões e que a
campanha continuará a ser tocada pelos familiares e integrantes do PSL e
do PRTB. “Estamos tentando casar as agendas nesse momento para
facilitar e até para levarmos uma imagem de coesão absoluta da campanha.
Tanto que os convites ao general Mourão (vice de Bolsonaro) são feitos
na mesma intensidade”, salientou.
Olímpio disse que ficou aliviado com o boletim médico
divulgado mais cedo, após a cirurgia de emergência, mas não deu pistas
sobre o tempo de recuperação do paciente.
“O doutor Macedo (Antonio Luiz Macedo, cirurgião da
equipe) não faz prognóstico em relação a isso. O que vai ditar o que
fará Bolsonaro é a orientação médica e não o calendário eleitoral”,
assegurou.
“Nós estamos fazendo a campanha. Logicamente nem eu nem
o general Mourão (vice de Bolsonaro), nem o Eduardo Bolsonaro, temos
essa capacidade de levar milhares de pessoas às ruas, como é a
característica e a força do Jair Bolsonaro”, ressaltou Olímpio.
Para o professor de gastroenterologia da UFRJ, Marcus
Túlio Haddad, a situação do deputado é imprevisível. “Com os dados que
temos, de conhecimento público, a obstrução intestinal com aderência não
é incomum e o tratamento cirúrgico é eficaz e resolve questões como o
extravasamento do conteúdo intestinal (que foi feito).”
Apesar do desfalque de Bolsonaro – equivale a jogar sem
o camisa dez do time, comparou –, Olímpio disse acreditar ainda em uma
vitória já no primeiro turno. “Temos isso como meta. A gente sente o
sentimento das ruas. Muitos dos indecisos dizem que, se queriam tirar
ele da campanha desta forma, é porque ele deve ser efetivo para o país”.
De acordo com novo boletim médico, divulgado pelo
hospital Albert Einstein na manhã de ontem, o candidato “evoluiu bem”
após a cirurgia. O hospital explicou que, após apresentar um quadro de
inchaço na região abdominal, uma tomografia computadorizada confirmou o
diagnóstico de obstrução intestinal. “O paciente foi levado para a
cirurgia de urgência onde foram desfeitas as aderências do intestino e
liberado o ponto de obstrução”, diz o boletim. “Em grandes traumas
abdominais esta complicação é mais frequente do que em cirurgias
programadas.”
Bolsonaro está internado desde a última sexta-feira, em
São Paulo. Na véspera, o candidato foi esfaqueado durante ato de
campanha em Juiz de Fora, e teve perfurações no intestino.
Ontem, o candidato do PSL publicou uma mensagem de
agradecimento a seus eleitores, nas redes sociais: “Aos que se
preocuparam e fizeram suas orações na noite passada, o meu muito
obrigado! Tudo correu bem, graças a Deus e aos que estão cuidando de
minha saúde e recuperação, faxineiros, enfermeiros, psicólogo,
fisioterapeuta e médicos. Seguimos firmes!”.
Campanha sem Bolsonaro
Reviewed by Marcone Campos
on
setembro 14, 2018
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