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'Tomei vacina menos de 24h depois do primeiro-ministro', diz brasileira em Israel

 


Vacinada contra a covid-19 em Tel Aviv, a médica brasileira Adriana del Giglio conta à BBC News Brasil que se emocionou ao receber a dose. ‘Não sou hierarquicamente melhor do que ninguém, sou estrangeira e lutando para aprender a língua. Achei que fosse ser uma das últimas.’

Por ser estrangeira, não dominar completamente a língua hebraica e não se considerar "hierarquicamente melhor que ninguém" no hospital em que trabalha em Israel, a médica brasileira Adriana del Giglio, de 32 anos, diz que não esperava ser vacinada tão cedo.

Agora, no entanto, ela conta que recebeu sua primeira dose da vacina (Pfizer/BioNTech) em 20 de dezembro, primeiro dia da campanha de vacinação contra covid-19 no país e menos de 24 horas após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ter sido vacinado.

"Chorei no momento da vacina", lembra. "O primeiro-ministro tomou e nem 24h depois eu estava tomando, uma simples imigrante. A gente se sente cuidado", disse à BBC News Brasil.

A médica paulista diz que pensou duas vezes antes de comemorar sua vacina ou compartilhar fotos do momento, visto que a maior parte da família e dos amigos (no Brasil) ainda não têm previsão de receber a vacina contra a covid-19. O que a motivou, ela diz, é a necessidade de conscientização de que a vacina "não é questão de direita ou esquerda, mas de saúde pública".

"É um privilégio muito grande (ter sido imunizada). O que me chamou atenção é que não tinha hierarquia na fila da vacinação — eram todos os funcionários na mesma fila, de mim até o diretor do hospital", diz ela, que é residente no hospital Ichilov, em Tel Aviv, onde mora há mais de dois anos.

"Duvido que, no Brasil, desde o faxineiro até o diretor estarão na mesma fila na mesma hora. Isso me chocou bastante."

A vacinação em Israel começou depois de outros países, como Reino Unido e Estados Unidos, mas o país tem se destacado pela proporção de habitantes vacinados, com a taxa recorde de mais de 12% da população vacinada contra a covid-19.

Se o plano do governo sair como esperado, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, afirmou que a imunização em massa e o controle das infecções poderiam permitir que o país suspendesse em março de 2021 a situação de emergência que vigora desde o início da pandemia.

Com quase 9 milhões de habitantes, Israel registrou mais de 440 mil casos e mais de 3,4 mil mortes desde o início da pandemia até os primeiros dias de 2021.

'Vacina no bolso'

Com a maior parte da família vivendo no Brasil, a médica brasileira brinca que gostaria de colocar algumas doses no bolso e levar para os parentes, já que só ela e a avó, que também vive em Israel, foram vacinadas.

"Falei desde o começo que ia tomar uma vacina e pegar cinco para colocar no bolso para minha família. É uma brincadeira, claro, mas é difícil saber que só eu estou vacinada", diz.

'Tomei vacina menos de 24h depois do primeiro-ministro', diz brasileira em Israel 'Tomei vacina menos de 24h depois do primeiro-ministro', diz brasileira em Israel Reviewed by Marcone Campos on 06:30 Rating: 5

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